A chamada PEC da Blindagem — apelidada de “PEC da bandidagem” pela população indignada — dificilmente avançará no Senado. O motivo é simples: mais de 50 senadores disputarão a reeleição ou cargos executivos em seus estados em 2026. Nenhum deles pretende carregar o ônus de apoiar uma proposta que cheira a autoproteção e afronta direta ao clamor popular por transparência e justiça.
Se na Câmara o corporativismo falou mais alto, no Senado a pressão das ruas promete ser determinante. O eleitor não esquecerá quem se colocou contra a sociedade para aprovar uma medida que restringe investigações e amplia a impunidade. Com a maioria dos parlamentares mirando suas próprias campanhas, o cálculo político é claro: quem votar a favor estará assinando sua sentença eleitoral.
Em tempos de redes sociais e vigilância permanente, não há espaço para manobras de bastidores sem custo político. A PEC pode até ter passado na Câmara, mas chegará ao Senado em um terreno árido, onde sobrevivência política e reputação valem mais que conchavos momentâneos.
Assim, a tendência é que a proposta seja sepultada sem grandes dificuldades. Afinal, nenhum senador em campanha ousará se aliar a um projeto que já nasceu com a marca da impopularidade e da vergonha nacional.
Blog Eli Cavalcante com Alan Kardec