O líder da oposição na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), deputado estadual George Moraes (União Brasil), afirmou nesta quarta-feira (3) que o Progressistas (PP) no estado está em desacordo com a orientação nacional da federação formada com o União Brasil. A declaração foi feita após sessão da Casa de Epitácio Pessoa e repercutida no programa Correio Debate, da Rádio Correio 98 FM.
“O Progressistas na Paraíba está em contradição, na contramão do que prega a federação nacional. Diferente do União Brasil, que está alinhado e garante um palanque de oposição ao governo federal, com a candidatura de Efraim Filho”, disse o parlamentar.
A fala de George acontece um dia após a federação União Brasil–PP anunciar oficialmente o rompimento com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em nota pública, os presidentes nacionais das legendas, Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP–PI), determinaram que todos os filiados que ocupam cargos no Executivo federal devem deixar seus postos — sob pena de expulsão.
Racha interno
Enquanto o União Brasil da Paraíba segue a diretriz da cúpula nacional, o PP paraibano — liderado politicamente pelo vice-governador Lucas Ribeiro — ainda mantém relações com o governo Lula, o que tem gerado críticas internas e pode aprofundar o distanciamento entre os dois grupos que compõem a federação no estado.
A situação se agrava diante da disputa interna pelo comando regional da federação. Tanto Lucas Ribeiro (PP) quanto o senador Efraim Filho (União Brasil) são cotados como pré-candidatos ao Governo da Paraíba em 2026. O controle da federação será essencial para definir palanques, apoios e distribuição de tempo de rádio e TV.
Nos bastidores, a disputa é vista como estratégica para a sucessão do governador João Azevêdo (PSB). A direção nacional da federação, no entanto, já deixou claro que a escolha do comando estadual só será feita em 2026, com base em pesquisas e avaliação do desempenho político dos nomes colocados.
Crise nacional expõe contradições
A decisão da federação de romper com o Planalto atingiu em cheio os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esportes), que ainda defendiam a permanência nos cargos. De acordo com fontes, os presidentes das legendas foram categóricos ao afirmar que não aceitarão dissidências. A permanência dos ministros no governo Lula é considerada insustentável.
O episódio reforça a narrativa defendida por George Moraes e aliados de Efraim Filho, que vêm tentando consolidar um palanque de centro-direita no estado, desvinculado do governo federal.
Blog Eli Cavalcante com Fonte83