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Na ditadura imaginária de Cabo Gilberto, ninguém é torturado, assassinado ou cassado

O deputado federal Cabo Gilberto insiste, em todas as entrevistas que concede, na narrativa de que o Brasil vive hoje uma ditadura. Mas sua “ditadura” é peculiar: nela, ninguém é torturado, assassinado, cassado ou silenciado — e que bom que assim seja.

O curioso é que o parlamentar nega a existência da verdadeira ditadura que assolou o país entre 1964 e 1985. Naquela, sim, houve tortura sistemática, assassinatos, desaparecimentos forçados, cassações de mandatos e uma censura brutal à imprensa e à cultura.

Se Cabo Gilberto fosse um deputado de esquerda nos anos 1970, bastaria uma única fala crítica ao regime para perder o mandato — isso se não acabasse preso, torturado ou morto.

A ironia é evidente: hoje, ele pode atacar livremente instituições, inventar conspirações e até distorcer a história — tudo sob a proteção da democracia que tanto despreza. Criticar uma ditadura imaginária é fácil. Difícil seria manter a valentia se estivesse, de fato, diante de uma ditadura real.

Porque, num regime de exceção de verdade, Cabo Gilberto seria o primeiro a ser calado — ou a correr.

Blog Eli Cavalcante com Alan Kardec

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