Os preços das carnes caíram nas últimas semanas, com variação abaixo da inflação do período, conforme mostrou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação mensal. O IPCA-15 geral subiu 0,69% entre meados de fevereiro e meados de março, segundo divulgado nesta sexta-feira, 24, pelo IBGE. Já o preço das carnes, individualmente, caiu 0,91% no período.
As carnes que mais tiveram queda de preço foram a carne de carneiro (-2,66%), o contrafilé (-2,04%) e a picanha (-1,43%).
O IPCA-15 diz respeito ao período entre a última quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês atual, e é considerado uma prévia do IPCA final, que abrange o mês completo e é divulgado no mês seguinte. Para o IPCA-15 deste mês, os preços foram coletados no período de 11 de fevereiro a 15 de março (e comparados com os preços vigentes de 13 de janeiro a 10 de fevereiro de 2023).
Ao todo, o preço do item "Carnes" caiu 0,91% no IPCA-15, entre 11 de fevereiro e 15 de março.
Carne de carneiro -2,66% no IPCA-15 de março
Contrafilé -2,04%
Picanha -1,43%
Carne-seca e de sol 0.91%
Carne de porco 1,31%
Carne de porco salgada e defumada 1,16%
No acumulado do ano, no IPCA-15 de janeiro a março, o preço do item "Carnes" acumula queda maior, de 1,77%.
Contrafilé -1,74%
Carne de porco salgada e defumada -1,26%
Carne de carneiro -1,04%
Carne-seca e de sol -0,88%
Picanha 0,12%
Carne de porco 2,73%
Há alguns motivos que explicam a variação no preço, entre eles a suspensão temporária das exportações para a China, que durou 29 dias e só foi revogada na quinta-feira, 23. A China é um das maiores compradores de carne brasileira e a suspensão das vendas aumentou a oferta local, um dos motivos que ajudaram a impactar o preço, ainda que não tenha havido redução no volume total vendido pelo Brasil.
Além disso, conforme a EXAME mostrou, tem havido queda na cotação da carne no mercado internacional e câmbio menos favorável, o que torna os preços locais mais competitivos. Da produção de carne bovina brasileira, o mercado interno responde por cerca de 70%, segundo associações do setor.
As quedas vêm após períodos de altas sucessivas durante 2021 e meados de 2022, quando os preços da carne bateram recorde.
No acumulado de 2021, o preço do contrafilé subiu quase 12% no IPCA oficial e o da picanha, mais de 17%. Já em 2022, a picanha quase não havia mudado de preço (alta de 0,5% no ano), e o contrafilé subiu pouco mais de 4%, sobretudo com os preços menos pressionados no segundo semestre.
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