O policial militar de Mato Grosso do Sul, Ygor Nunes Nascimento, é um dos presos na operação que tentou capturar o megatraficante Antônio Joaquim Mota na sexta-feira (30). Investigações da Polícia Federal apontam que o 3º sargento atuava em um grupo paramilitar que cuidava da segurança pessoal do traficante.
A Polícia Federal realizou a operação para prender o megatraficante e seus seguranças, mas ele fugiu de helicóptero de uma de suas fazendas na fronteira com o Paraguai um dia antes de a polícia chegar. Investigadores suspeitam que autoridades paraguaias vazaram operação.
A própria Polícia Militar, com apoio da Polícia Federal (PF), prendeu Ygor em um dos batalhões do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), em Dourados (MS), espécie de tropa de elite da polícia de Mato Grosso do Sul da qual ele fazia parte até ser preso.
O policial é suspeito de compor um grupo paramilitar - uma "milícia da fronteira"-, junto com mercenários estrangeiros da Itália, Romênia de Grécia que combateram contra os Piratas Somali, na guerra da Ucrânia e em conflitos na Palestina, segundo uma fonte ligada à investigação. Esse grupo era segurança de Antônio Mota, de seu "clã" e das operações de tráfico da organização criminosa dele.
Com o policial, foram encontrados uma pistola 9mm, carregadores para a arma e cerca de 60 munições específicas para fuzil.
Em nota, o DOF diz que o sargento preso estava em estágio, que não integrava efetivamente a unidade, não usava o fardamento do departamento e nem fazia parte dos grupos operacionais, de inteligência ou administrativo.
Confira a íntegra da nota:
A direção do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) informa que o período em que o Sargento PM Igor esteve na Unidade, de 7 de abril de 2023 (sua primeira escala como estagiário) a 30 junho de 2023 (data de sua prisão em serviço) as apreensões de cocaína e pasta base de cocaína somaram aproximadamente cem quilos. No mesmo período do ano anterior, as apreensões foram de 5,7 quilos de cocaína e pasta base de cocaína.
A direção do DOF enfatiza que o policial em questão estava em período de Estágio e não integrava, efetivamente, o departamento (não usava o fardamento do DOF); e não fazia parte dos grupos operacionais, de inteligência ou administrativo, além de não ter nenhum canal de acesso às informações internas.
Conforme apurado pelo g1, o policial afirmou que os materiais apreendidos eram dele. Entretanto, documentos para comprovar a posse e o porte não foram apresentados pelo suspeito de compor a organização criminosa.
Em 30 de junho, no mesmo dia em que foi preso, Ygor foi exonerado do "DOF" por "inconveniência de permanência". Também na sexta, o PM foi encaminhado para o presídio militar, onde segue preso.
O g1 entrou em contato com o advogado que acompanhou o suspeito em audiência de custódia, que disse que ainda não foi contratado oficialmente pelo PM, por isso não pode comentar sobre o caso. A reportagem também solicitou retorno da Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), já que o preso é lotada na PMMS. A pasta informou que não vai se manifestar.
Antônio Mota e outros cinco integrantes da força paramilitar, entre eles os três estrangeiros, conseguiram fugir da operação da sexta-feira (30). Mota fugiu de helicóptero antes dos policiais chegarem a sua fazenda que se estende de entre Ponta Porã, no Brasil, e Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
Mín. ° Máx. °
Mín. ° Máx. °
Mín. ° Máx. °