Os presídio de segurança máxima de Mossoró, que registrou a primeira fuga da história do sistema penitenciário federal nesta quarta-feira (14), foi inaugurado em 2009 e tem capacidade para 208 presos. A unidade recebeu os primeiros detentos em fevereiro de 2010 - eram 20, transferidos do sistema penitenciário do Rio Grande do Norte.
Os presídios federais são administrados pela Secretaria Nacional de Políticas Penais, ligada ao Ministério da Justiça e, até então, nunca tinham registrado fuga. As circunstância da fuga de dois presos ainda não foram informadas pelo governo federal.
Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 34 anos, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho". Ambos são do Acre e estavam na penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023.
Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar - preso na mesma unidade - e foram transferidos para o presídio federal de Mossoró após se envolverem em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco. A rebelião resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados.
Apesar de Mossoró ser o segundo maior município do Rio Grande do Norte, a penitenciária fica em uma área isolada, há cerca de 15 quilômetros do centro da cidade, na altura do quilômetro 12 da rodovia estadual RN-15, que liga Mossoró a Baraúna. A unidade foi a terceira a ser construída pela União.
O país tem cinco unidades de segurança máxima federais. Além de Mossoró, existem os presídios de Brasília, Catanduvas, Campo Grande e Porto Velho.
Ao chegar no presídio, o preso passa 20 dias em uma cela de inclusão, separada das celas definitivas. Nesse local, os agentes explicam toda a nova rotina para o custodiado e entregam um documento impresso que contém todos os direitos e deveres do custodiado.
O preso ainda recebe um kit com uniformes (bermuda e calça, camiseta e blusa de inverno) e materiais de higiene pessoal (escova e pasta de dente, sabonete, desodorante e toalha). No período de inclusão, a equipe também avalia todo o quadro clínico do preso, que inclui, por exemplo, se ele precisa de atendimentos especiais ou se tem restrições alimentares.
Nas penitenciárias federais, as visitas são restritas ao parlatório e videoconferência. Sempre que há necessidade de sair das celas, os presos são informados verbalmente que passarão por revistas visuais. Durante o banho de sol, toda a movimentação é acompanhada, inclusive por videomonitoramento.
Os presos podem ter aulas de Educação Básica e ensino profissionalizante com acompanhamento de pedagogos. Dentro da cela, os presos podem manter livros pedagógicos, um livro religioso, além de revistas ou um livro dentre os disponíveis, que podem ser utilizados para produção de resenha e remição de pena.
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