Através de um áudio, que faz parte das mensagens que integram o inquérito da Polícia Federal contra o ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, o ex-major do Exército Ailton Barros e o coronel Elcio Franco debateram possibilidades para um golpe de Estado, incluindo a mobilização de 1,5 mil militares.
As conversas, que foram obtidas com exclusividade pela CNN Brasil, já revelaram, na semana passada, outros áudios de Ailton e Cid.
Com as novas mensagens, é possível identificar uma conversa com um funcionário de confiança do governo Bolsonaro, o ex-número 2 do Ministério da Saúde e ex-assessor da Casa Civil, Elcio Franco. Ele também esteve envolvido no atraso para compra de vacinas, caso investigado pela CPI da Covid no Senado
O ex-major e amigo de Bolsonaro sugeriu, entre outras coisas, mobilizar 1.500 militares: "[É preciso convencer] o general Pimentel. Esse alto comando de m.... que não quer fazer as p....., é preciso convencer o comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia a prender o Alexandre de Moraes. Vamos organizar, desenvolver, instruir e equipar 1.500 homens", disse Ailton.
O coronel Élcio Franco falou sobre o temor do então comandante do Exército de ser responsabilizado por uma eventual tentativa de golpe: "Olha, eu entendo o seguinte. É Virgílio. Essa enrolação vai continuar acontecendo. O Freire não vai. Você não vai esperar dele que ele tome à frente nesse assunto, mas ele não pode impedir de receber a ordem. Ele vai dizer, morrer de pé junto, porque ele tá mostrando. Ele tá com medo das consequências, pô. Medo das consequências é o quê? Ele ter insuflado? Qual foi a sua assessoria? Ele tá indo pra pior hipótese. E qual, qual é a pior hipótese?"
"Ah, deu tudo errado, o presidente foi preso e ele tá sendo chamado a responder. Eu falei, ó, eu, durante o tempo todo [ininteligível] contra o presidente, pô, falei que não, não deveria fazer, que não deveria fazer, que não deveria faze e pronto. Vai pro Tribunal de Nurenberg desse jeito. Depois que ele me deu a ordem por escrito, eu comandante, da Força, tive que cumprir. Essa é a defesa dele, entendeu? Então sinceramente, é dessa forma que tem que ser visto", completou Élcio Franco.
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