O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que pretende continuar morando nos Estados Unidos e manterá esforços para que o país norte-americano amplie as sanções contra o Brasil, pois se trata de um “esforço necessário”. A declaração foi dada em entrevista à colunista Bela Megale, do jornal O Globo, após a decretação de prisão domiciliar de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o parlamentar, ele só retornará ao Brasil “quando conseguir emplacar a saída do ministro Alexandre de Moraes”. “Se eu retornar, sei que vou ser preso. Primeiramente, tenho que tirar o Alexandre de Moraes dessa equação, anular ele, isolá-lo. A gente tem que aprovar uma anistia para que alcance todos os perseguidos por Moraes. Os meus planos aqui são: ou tenho 100% de vitória, ou 100% de derrota. Ou saio vitorioso e volto a ter uma atividade política no Brasil, ou vou viver aqui décadas em exílio”, afirmou.
Eduardo disse não ter intenção de renunciar ao mandato e que enviou um ofício à Câmara dos Deputados se colocando como “alvo de perseguições”. Ele também revelou estar rascunhando um novo documento para comunicar ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a impossibilidade de retornar ao Brasil, devido a uma clara “perseguição”.
O deputado defendeu as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros, e disse ser grato “pelas atenções” do republicano ao Brasil. “Não sou eu que levo a mensagem que sou responsável por essas tarifas, mas sim o conjunto da obra feito no Brasil que é liderado pelo ministro Alexandre de Moraes”, declarou.
Ele afirmou não se sentir “na posição de desautorizar Trump” e elogiou o presidente norte-americano: “Entendo que ele é muito mais qualificado do que eu para escolher quais armas utilizar nessa briga, até porque tem uma carreira de muito êxito empresarial, é um excelente negociador. Mesmo como político, ele tem tido sucesso em 100% das empreitadas em que exigiu um bom resultado para os Estados Unidos. Dou graças a Deus que ele voltou suas atenções para o Brasil. Acho que tem válido a pena.”
Para Eduardo, “há um sacrifício a ser feito” diante das sanções. “O pior mal é essa ditadura de toga comandada pelo ministro Alexandre de Moraes. Antes disso tudo acontecer, eu e Paulo Figueiredo assumimos o risco de talvez até, momentaneamente, aumentar o prestígio do Lula. Mas o que a gente viu, de acordo com as pesquisas, foi uma oscilação do Lula. E a gente tem certeza que, quando o resultado definitivo vier, com a anistia, isso vai ser revertido a nosso favor em termos de popularidade. Mas isso daí é secundário. Nosso cálculo não é eleitoral”, disse.
O deputado confirmou que atua para que os Estados Unidos adotem novas medidas contra o Brasil. “Estou levando a prisão ao conhecimento das autoridades americanas e a gente espera que haja uma reação. Não é da tradição do governo Trump receber essa dobrada de aposta do Alexandre de Moraes e nada fazer. O que eles vão fazer, eu não sei”, afirmou.
Ele também declarou que os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre (União-AP), “estão entrando no radar das autoridades americanas” por não pautarem a anistia e o impeachment de Moraes.
Com Estado de Minas