O secretário de Direitos Humanos e Cidadania de João Pessoa, Diego Tavares, sinalizou nesta segunda-feira (8) que deve permanecer na gestão do prefeito Cícero Lucena (sem partido), apesar da recomendação oficial do Progressistas (PP) para que filiados entreguem seus cargos. A declaração foi feita em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da rádio Arapuan FM.
Tavares, que é suplente da senadora Daniella Ribeiro (PP), disse que ainda pretende conversar com a parlamentar e com o próprio prefeito antes de formalizar qualquer decisão. No entanto, deixou clara sua intenção de continuar contribuindo com a administração da capital paraibana.
“Meu sentimento é continuar trabalhando pela cidade de João Pessoa, no governo Cícero Lucena e Leo [Bezerra, vice-prefeito]. Se for desejo do prefeito, eu continuo”, afirmou.
A permanência do secretário contraria diretamente a orientação do Progressistas. Em nota divulgada nesta segunda-feira, a executiva estadual da legenda afirmou que os filiados devem deixar os cargos ocupados na Prefeitura de João Pessoa, após o anúncio de desfiliação de Cícero Lucena e sua pré-candidatura ao Governo do Estado em 2026.
A presidente do Progressistas na capital, Vaulene Rodrigues, já entregou o cargo que ocupava na gestão municipal. Vaulene atuava no comando do programa João Pessoa Sustentável, iniciativa estratégica que atua em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ela também endossou a recomendação do partido e anunciou sua exoneração oficialmente.
O gesto de Diego Tavares, no entanto, evidencia o desconforto e a divisão interna na sigla. Além de ser um dos nomes de confiança da senadora Daniella Ribeiro, o secretário foi peça-chave nas articulações políticas que garantiram sustentação à gestão de Cícero na Câmara Municipal e em setores sociais da administração.
A crise entre o Progressistas e Cícero Lucena se aprofundou na última sexta-feira (5), quando o prefeito oficializou sua saída da sigla e confirmou sua pré-candidatura ao governo estadual. A decisão gerou reações duras da cúpula do partido, que acusou o gestor de agir por “impulso individualista” e romper com um projeto coletivo.
Enquanto aguarda a posição de Cícero, Diego se mantém no cargo, mas deixa em aberto o próximo passo: “Vou conversar com o prefeito, entender se ele quer que eu fique, e só depois disso darei retorno ao partido”, finalizou.
Blog Eli Cavalcante com Fonte83